Durante muito tempo o home office foi visto no Brasil com certa resistência. Diante da atual crise causada pelo vírus Covid-19, milhares de empresas foram levadas a criar planos urgentes de trabalho remoto.
As vantagens para os colaboradores são conhecidas: flexibilidade de horário, maior economia em questão a deslocamento, maior produtividade e claro, mais segurança proporcionada pelo distanciamento social.
Para a empresa essa é a chance de manter o seu quadro de funcionários e reduzir seus custos em tempos de queda no faturamento. Mas para isso é essencial criar uma rotina de diretrizes que mantenham a boa comunicação entre colaboradores remotos e a empresa.
Para que sua empresa não cometa erros, criamos um texto especial com dicas essenciais para uma boa contratação home office. Confira:
O que você vai ler aqui
Como funciona o modelo de contratação via home office?
A reforma trabalhista se refere ao home office como teletrabalho. A escolha por esse modelo de trabalho deve ser feita em comum acordo entre empresa e colaborador. É importante salientar que algumas profissões não possibilitam o trabalho remoto, enquanto outras podem ser executadas sem nenhum prejuízo de produtividade ou qualidade.
O art. 6º da CLT informa que não se distingue o trabalho realizado no estabelecimento do empregador ou no domicílio do empregado, desde que sejam respeitadas as seguintes diretrizes de relação de trabalho:
– Não eventualidade;
– Subordinação;
– Pessoalidade;
– Pessoa física;
– Onerosidade.
Segundo o mesmo artigo:
“Parágrafo único. Os meios telemáticos e informatizados de comando, controle e supervisão se equiparam, para fins de subordinação jurídica, aos meios pessoais e diretos de comando, controle e supervisão do trabalho alheio.”
Ou seja, mesmo distante da empresa, o colaborador está subordinado ao controle de suas tarefas e deve respeitar as diretrizes da empresa.
Vantagens efetivas do home office
O modelo de contratação home office já é muito comum nos EUA e Europa e se mostra uma tendência global. Confira alguns dos motivos que estimulam a prática:
Mudança do mercado analógico para digital: as empresas de telemarketing, tecnologia, vendas via internet e afins são alguns exemplos de negócios centralizados em veículos digitais. Para esses mercados não é preciso que o funcionário esteja todos os dias na empresa, desde que cumpra suas metas e obrigações.
Profissionais globais: com a era digital muitas empresas passaram a contratar mão de obra de diferentes cidades e países. Uma empresa de São Paulo pode contar com um colaborador de Recife, por exemplo.
Crescimento das profissões digitais: tecnólogos da informação, programadores, analistas, especialistas em marketing e segurança são alguns exemplos de profissionais que encontraram no home office a melhor forma de desenvolver suas habilidades.
Economia de implementação: gerenciar uma equipe remota certamente é bem mais barato que comandar um time presencial. O trabalho remoto é mais ágil e evita gastos auxiliares. Diminui a necessidade de investimento em infraestrutura no espaço empresarial, gastos com água, luz, lanches e afins.
Cuidados e dicas para um home office sem atritos
Confira alguns cuidados para observar antes de iniciar uma contratação via home office:
Criação de um contrato de trabalho
O primeiro passo para uma boa contratação de um serviço de home office é a criação de um contrato de trabalho ajustado a essa nova demanda.
O contrato laboral de um colaborador remoto deve ser redigido dentro dos parâmetros da lei trabalhista, garantindo assim todos os direitos e deveres de ambas as partes.
O documento deve ser criado por um contador e analisado tanto por empregador quanto colaborador. Eventuais dúvidas ou ajustes legais podem ser feitos por um contador especializado no assunto.
Garanta a saúde e segurança de seus colaboradores
Mesmo sendo um trabalho realizado no conforto de casa, o empregador precisa orientar os colaboradores sobre boas práticas de rotina laboral. É essencial criar um memorando com dicas sobre postura, a não permanência por longos períodos sentado e boa alimentação.
O colaborador deverá assinar um termo de responsabilidade, afirmando estar cientes das regras e disposto a cumpri-las.
Controle das horas trabalhadas
No modelo home office cabe ao colaborador gerir o tempo dedicado ao trabalho. O empregador pode estabelecer prazos e metas a serem cumpridas, mas não a necessidade de bater ponto ou assinar folhas.
A empresa pode usar diferentes apps e sites para registrar chamados e avaliar o desempenho dos colaboradores. Apps como Slack, Trello, Asana e a suíte de programas Google Docs são ferramentas eficientes.
Vale lembrar que o regime de trabalho remoto não oferece a princípio o pagamento de horas-extras.
Suporte tecnológico
O home office depende de uma estrutura básica que ofereça apoio ao colaborador e facilite a comunicação entre a empresa e o servidor remoto. Cada empresa pode criar sua estrutura de base. No caso dos negócios que desejem investir mais no assunto, um bom sistema de automação comercial pode facilitar a troca de relatórios e gerenciamento de dados. Mas algumas ferramentas básicas, e até gratuitas, podem ser muito úteis.
- Um serviço de armazenamento em nuvem: Google Drive, MEGA, Dropbox ou similar.
- Uma suíte de programas de edição: Google Docs, Microsoft Office ou similar.
- Um serviço de vídeo chamadas: Zoom, Skype, Slack, Whereby.
- Um app de comunicação e compartilhamento de arquivos: Slack, Telegram, Whatsapp, Google Duo, Asana.
Resumindo
O home office veio para ficar. Quanto mais rápido as empresas se adaptarem a esse modelo, mais eficiente se tornarão e mais dinâmicos serão os processos de gestão.
O trabalho remoto pode ser um caminho seguro e produtivo em tempos de distanciamento social. Para isso é essencial respeitar as leis trabalhistas e buscar o melhor modelo entre empregador e colaborador.
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